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Caiu ou não? | O final de A ORIGEM

Posted in Artigos with tags , , , , , , , , , , , , , , , on 25 de agosto de 2010 by Lucas Nascimento

 

ATENÇÃO: Esse post revela detalhes e informações sobre o final de A Origem, portanto se você ainda não assistiu (como não?!), pare de ler agora mesmo.

Com tantos artigos e teorias interessantes pela internet discutindo o final de A Origem, resolvi que seria minha vez; aliás, como poderia deixar de fazê-lo? O filme é um espetáculo de primeira. Pra ninguém se perder, acompanhem com a montagem bacana acima com os níveis de sonho do longa.

Nos momentos finais do longa, a equipe de Dom Cobb parece ter conseguido realizar a Inserção em Fischer; depois de uma série sonhos mirabolantes. Cobb volta para sua casa, onde espera rever seus filhos após anos de distância. Para certificar-se se é ou não realidade, ele gira seu pião (um totem, objeto que ajuda a distinguir o sonho da realidade), mas corre para sua família antes que ele pare de girar.

O filme termina com um close no pião girando, girando e… Ele acaba. Então, a dúvida é: Cobb estava mesmo sonhando? O filme inteiro é um sonho? O pião cai ou não?

Bem, pra começar, de uma coisa eu tenho certeza: o filme inteiro não é um sonho (afinal, seria um desapego total de Christopher Nolan com sua obra). Um detalhe que pode passar despercebido, é a aliança de Cobb. Quando dentro de um sonho, ele a usa; na realidade, o anel não aparece. Além disso, em alguns pontos da trama – como por exemplo quando Arthur explica à Ariadne a função do totem – nós vemos o pião caindo, então, se é que o final da história é um sonho, o protagonista começa a sonhar em algum ponto em que o espectador possa ter despercebido. Que momento seria esse? Tenho duas apostas:

Quando Cobb, Eames e Saito estão em Mombasa, indo encontrar o químico Yusuf, eles encontram uma sessão de sonho compartilhado. Nesse local, encontram-se pessoas que trocaram sua realidade por sessões de sonhos infinitos, “o sonho se tornou sua realidade”, diz um dos personagens. O problemático Cobb experimenta uma dessas sessões, tendo uma lembrança perturbada. Uma das teorias é a de que Cobb nunca acordou dessa sessão; os argumentos que a sustentam são convincentes: a partir desse ponto, não vemos mais o totem girar, as crianças James e Phillipa (filhos do protagonista) começam a aparecer constantemente na missão (mas isso pode ser explicado como a instabilidade de Cobb sobre suas lembranças), entre outros detalhes.

Segundo, por que o filme começa em um ponto da metade da história? Cobb no limbo, tentando resgatar Saito após sua morte no primeiro nível do sonho. Claro, pode ser uma técnica elegante visando uma boa cena de abertura, pode ter sido a primeira cena por ser o momento em que Saito lembra de Cobb (O milionário passou décadas no limbo) ou, também, pode ser o momento em que o sonho final começa.

Antes de aparecer caído na beirada do mar, Cobb já estava no limbo; o que fora construído por ele e sua esposa Mal durante 50 anos. Foi esfaqueado por ela e, como o limbo é o último nível de sonho e o sedativo usado pela equipe era muito forte, ele simplesmente voltou ao ambiente. E se Cobb nunca saiu do limbo? Fica implícito de que de Saito e Cobb atiram um no outro, resultando assim, no despertar dos dois no avião onde a Inserção tomava lugar. No entanto, nunca vemos a ação ocorrer…

Pessoalmente, a teoria de que o fim do filme é de fato um sonho, não me satisfaz tanto quanto a ideia de que Cobb tenha realmente conseguido voltar para sua família. O filme acaba antes de o totem cair, mas não quer dizer que ele não tenha parado de girar. Se prestarem bem atenção no vídeo abaixo, ele balança um pouco antes de a fita acabar. Observem:

Página do Filme

É claro, essa era intenção de Christopher Nolan: gerar discussões inteligentes sobre as múltiplas possibilidades do final da história. Acho que essa é a verdadeira “Inception” do título…