2015: Os Melhores dos Melhores
Chegou aquela hora do ano novamente… Junte-se a mim enquanto escolho os melhores filmes de 2015, mas atenção aos critérios abaixo:
- A lista contém apenas filmes lançados no Brasil COMERCIALMENTE (logo, filmes de 2014 que chegaram este ano nos cinemas ou home video marcam presença aqui) e alguns lançamentos estrangeiros ficaram de fora (como Os Oito Odiados, Creed, A Grande Aposta, entre muitos outros).
- Se não concordar com minha opinião (e isso certamente vai acontecer), fique à vontade para comentar e apresentar sua própria seleção, mas seja educado, porque comentários grosseiros serão reprovados.
10. Perdido em Marte
Perdido em Marte é um filme que surpreende pelo otimismo e o bom humor, e que deve despertar o interesse de muitos em exploração espacial. Ridley Scott pode errar bastante, mas compensa esperar por um projeto certeiro como este.
9. Star Wars: O Despertar da Força
Star Wars: O Despertar da Força é um eficiente retorno à forma para a saga espacial que fez (e faz) parte da vida de uma gigantesca legião de fãs. Pode sim se apegar demais à nostalgia, mas é uma continuação digna que ainda oferece um caminho promissor para o futuro. A Força é forte nessa nova franquia.
8. Ex Machina: Instinto Artificial
Ex Machina: Instinto Artificial é uma inteligente e questionadora ficção científica, capaz de iniciar um instigante debate sobre a evolução da inteligência artificial e sua relação com o Homem. Um baita começo para Alex Garland, que desde já mostra-se uma aposta promissora.
7. Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Birdman é uma obra inteligente e repleta de comentários ácidos sobre a indústria de Hollywood e os bastidores do mundo do teatro, explorando um impecável elenco numa narrativa guiada por uma visão de mestre de Alejandro G. Iñarrítu.
6. Ponte dos Espiões
Navegando com perfeição por um tema delicado, Ponte dos Espiões surpreende por mostrar-se um trabalho de Steven Spielberg que consegue muito bem funcionar como um thriller de espionagem inteligente, sem deixar de lado a abordagem séria que o diretor vem buscando nos últimos anos.
5. Whiplash: Em Busca da Perfeição
Whiplash – Em Busca da Perfeição é uma obra que funciona exatamente como uma orquestra sinfônica. Cada departamento exerce sua função magistralmente, tal como instrumentos musicais, cada um a seu ritmo e sob a conduta de um sujeito inteligente para entregar uma experiência inebriante. Ao final, tudo o que posso dizer é “bravo”.
4. Kingsman: Serviço Secreto
Kingsman: Serviço Secreto é tudo que um bom blockbuster deveria ser, misturando ação estilizada com humor inteligente, sarcasmo e uma metalinguagem acertadíssima. Uma ode ao gênero de espionagem pra deixar qualquer um sorrindo de orelha a orelha, comprovando que Matthew Vaughn é quem mais acerta no que faz.
3. A Travessia
A Travessia é uma obra inspiradora e que traz Robert Zemeckis em sua melhor forma em anos. Beneficiando-se da ótima história, produção e um 3D avassalador, a saga de Philippe Petit transforma-se em uma das mais poderosas experiências cinematográficas de 2015.
2. Mad Max: Estrada da Fúria
Mad Max: Estrada da Fúria é uma sinfonia de ação que reúne o que o gênero tem de melhor, provocando uma experiência vibrante em um universo rico e completamente surtado. O marketing não estava errado, 2015 realmente pertence aos loucos.
1. Divertida Mente
Engraçado, poderoso e completamente imaginativo, Divertida Mente representa o renascimento da Pixar de suas cinzas, finalmente recuperando seu alto posto com uma narrativa corajosa e envolvente. Ah, como é bom estar de volta…
DIRETOR
George Miller | Mad Max: Estrada da Fúria
Quem diria que, depois de dirigir as fofíssimas animações de Happy Feet, George Miller retornaria ao universo violento e explosivo de Mad Max. Aos 70 anos de idade, o veterano australiano é responsável pelas cenas de ação mais impressionantes de 2015, consistindo em perseguições de carro pelo deserto, motoqueiros com granadas e agressores com mastros em cima de carros em movimentos. É loucura, e uma realização técnica notável, ainda mais pelo longa conseguir se sustentar todo com uma narrativa frenética e um fiapo de história. Testemunhem Miller!
Robert Zemeckis | A Travessia
Damien Chazelle | Whiplash: Em Busca da Perfeição
Alejandro G. Inarritu | Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Steven Spielberg | Ponte dos Espiões
ATOR
Oscar Isaac | O Ano Mais Violento
Que ano para Oscar Isaac. Além de também ter excelentes papéis em Ex Machina: Instinto Artificial e Star Wars: O Despertar da Força, o ator latino entregou uma performance arrebatadora no não tão memorável O Ano Mais Violento. Na pele de Abel Morales, Isaac encarna um comerciante que luta para fugir da corrupção e a tentação do crime, enquanto protege sua família e aposta no crescimento de seu negócio. É uma atuação calma e que nos faz lembrar do jovem Al Pacino de O Poderoso Chefão.
John Boyega | Star Wars: O Despertar da Força
Taron Egerton | Kingsman: Serviço Secreto
Michael Keaton | Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Michael Fassbender | Macbeth: Ambição e Guerra
ATRIZ
Daisy Ridley | Star Wars: O Despertar da Força
Quem? É o primeiro papel da estreante britânica Daisy Ridley, que rouba a cena como a sucateira Rey em O Despertar da Força. É a heroína que a saga merecia, sendo forte, realista e simplesmente adorável, graças à carimsática performance de Ridley. A vulnerabilidade da personagem também é um fator chave, já que Rey é uma jovem que inicialmente foge de seu destino, sendo fascinante acompanhar sua transformação ao longo da jornada – uma cena específica, na qual Rey aprende um certo truque, prova que Ridley e seu sotaque vieram pra ficar.
Alicia Vikander | Ex Machina: Instinto Artificial
Charlize Theron | Mad Max: Estrada da Fúria
Julianne Moore | Para Sempre Alice
Regina Casé | Que Horas ela volta?
ATOR COADJUVANTE
Harrison Ford | Star Wars: O Despertar da Força
Que surpresa. Aos 70 e poucos anos, Harrison Ford continua imbatível na pele de Han Solo. Nem mesmo no último Indiana Jones vimos tamanha energia do veterano ator, que permanece engraçado e carimsático como o contrabandista, ao mesmo tempo em que conhecemos sua merecida faceta mais dramática com as revelações que O Despertar da Força traz, e Ford entrega uma das melhores performances de sua carreira.
JK Simmons | Whiplash: Em Busca da Perfeição
Samuel L. Jackson | Kingsman: Serviço Secreto
Edward Norton | Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Mark Rylance | Ponte dos Espiões
ATRIZ COADJUVANTE
Katherine Waterston | Vício Inerente
Shasta Fey é uma presença magnética e enloquecedora em Vício Inerente. Ex-namorada do protagonista Doc Sportello, Shasta é o catalisador de boa parte dos eventos da trama, e Katherine Waterston a vive com intensidade e uma certa diversão por trás de suas ações; como ao atiçar Doc constantemente. Tudo culmina em uma desafiadora cena em que a atriz contracena nua com Joaquin Phoenix, proferindo com hipnótica condução – e não me refiro à nudez – um dos grandes monólogos do longa.
Emma Stone | Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Jessica Chastain | O Ano Mais Violento
Cate Blanchett | Cinderela
Cara Delevingne | Cidades de Papel
ROTEIRO ORIGINAL
Divertida Mente | Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley
Divertida Mente é um daqueles projetos que já impressionam pela premissa. A ideia de se concentrar em emoções e o funcionamento destas no cotidiano é brilhante, mas talvez o fato de que Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley tenham escrito um roteiro que – no fundo – é um estudo sobre a depressão é ainda mais admirável. A importância da Tristeza também é um elemento complexo e responsável pela maior catarse do longa, colocando-o em um patamar altíssimo no hall de trabalhos da Pixar.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) | Alejandro Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr. & Armando Bo
Ex Machina: Instinto Artificial | Alex Garlard
Frank | Jon Ronson e Peter Straughan
Homem Irracional | Woody Allen
ROTEIRO ADAPTADO
Vício Inerente | Paul Thomas Anderson
Talvez o filme mais confuso do ano, mas é exatamente esse o objetivo de Paul Thomas Anderson ao adaptar o livro homônimo de Thomas Pynchon. Formado por uma narrativa maluca e repleta de tramas e personagens característicos, Vício Inerente é marcado pela excelente narração e os diálogos carregados de lirismo, em uma construção muito requintada e criativa na escolha do vocabulário. Um neo noir chapado.
Ponte dos Espiões | Joel Coen & Ethan Coen e Matt Charman
O Fim da Turnê | Donald Marguiles
Kingsman: Serviço Secreto | Jane Goldman & Matthew Vaughn
A Travessia | Robert Zemeckis e Christopher Browne
FOTOGRAFIA
Mad Max: Estrada da Fúria | John Seale
Em termos de iluminação, é mais uma questão de controlar a luz do sol para as externas no deserto (ou seja, quase 80% das imagens), mas John Seale também é responsável pelo visual enloquecedor. A correção de cores ajuda a criar uma paleta de cores vibrante e dinâmica para os desertos onde a ação se desenrola, além de acertar em cheio no efeito de noite americana para as cenas noturnas; onde a colaração azul foi acrescentada pra mascarar a luz do dia.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) | Emmanuel Lubezki
Sicario: Terra de Ninguém | Roger Deakins
A Travessia | Dariusz Wolski
Cinquenta Tons de Cinza | Seamus McGarvey
USO DE 3D
Vou ser sincero aqui: foi uma das melhores experiências com 3D com já tive – talvez até uma das melhores envolvendo sala de cinema. A forma com que Robert Zemeckis utiliza a tecnologia é essencial para a trama de A Travessia, e o filme certamente sofrerá com a ausência desse efeito, que ajuda o espectador a virtualmente se sentir no topo do World Trade Center e captar a altura e profundidade que o 3D transmite em termos de distância e altura. Efeitos colaterais podem incluir vertigem e maravilhamento.
DESIGN DE PRODUÇÃO
Mad Max: Estrada da Fúria | Colin Gibson
É preciso acompanhar bem de perto os mínimos detalhes para descobrir o imenso trabalho de produção de Mad Max. A equipe é capaz de criar verdadeiros ambientes a partir de sucata e objetos improvisados, além da conquista sem precedentes na criação dos veículos, cada um com uma personalidade própria. Gigantes caminhões de gasolina, carros construídos com peças de tanques de guerra e um show de heavy metal infernal são apenas alguns dos atrativos no mundo desértico de George Miller.
MONTAGEM
Whiplash: Em Busca da Perfeição | Tom Cross
Toda a parte técnica de Whiplash é absolutamente impecável, mas a montagem de Tom Cross certamente é o grande atrativo nesse quesito. Centrado em um baterista, o trabalho de Cross é frenético e rápido, impressionando nas cenas em que Andrew toca o instrumento e os cortes ritimados vão acompanhando a música, quase como se Cross também fosse o baterista.
Mad Max: Estrada da Fúria| Margaret Sixel
Kingsman: Serviço Secreto | Eddie Hamilton e Jon Harris
Divertida Mente | Kevin Nolting
Star Wars: O Despertar da Força | Maryann Brandon e Mary Jo Markey
FIGURINO
Star Wars: O Despertar da Força | Michael Kaplan
É muito importante em Star Wars que as personagens tenham um visual marcante. Ainda que O Despertar da Força traça diversas figuras conhecidas, é interessante como o figurinista Michael Kaplan soube fazer as atualizações apropriadas (vide o look moderno no capacete dos stormtroopers) e ainda sugerir pistas através de vestimentas, como o traje de sucateira de Rey – similar ao de Anakin e Luke Skywalker – e a importância temática da jaqueta de Poe Dameron. Aplausos também para a criação do já marcante traje e máscara do vilão Kylo Ren e armadura cromada da Capitã Phasma.
EFEITOS VISUAIS
Em teoria, é “simples” o trabalho de efeitos visuais em A Travessia. Dispensa criação de criaturas digitais, motion capture e grandes invenções, concentrando-se em um elaboradíssimo trabalho de cenário digital. Um verdadeiro visionário no uso de CGI, Robert Zemeckis e sua equipe recriam com realismo e beleza a Nova York de 1974, assim como aqueles que são importantes personagens no longa: as torres do World Trade Center. Aliado ao 3D do filme, o que se vê no resultado final é impressionante – e ficarei chateado se a Academia virar a cara.
Star Wars: O Despertar da Força
Menção Honrosa: O rejuvenescimento digital de Michael Douglas em Homem-Formiga.
MAQUIAGEM
Star Wars: O Despertar da Força
Efeitos práticos! Um dos grandes acertos de J.J. Abrams em O Despertar da Força foi a aposta em uma confecção tradicional para as variadas espécies alienígenas que encontramos ao longo da trama. Figuras como os comerciantes em Jakku (Unkar Plutt, o personagem especial de Simon Pegg), a gangue da morte Gauvian enfrentada por Han Solo e o bizarro grupo hospedado no palácio de Maz Kanata – em uma referência direta à cena da cantina de Uma Nova Esperança – são alguns dos destaques.
TRILHA SONORA
O Agente da U.N.C.L.E.| Daniel Pemberton
Eu não era muito familiar com o nome de Daniel Pemberton, mas após conferir seu trabalho brilhante em O Agente da U.N.C.L.E., fica bem evidente que o sujeito é um dos novos talentos da geração. Sua música para a comédia de espionagem de Guy Ritchie confere todos os elementos necessários para um filme do gênero: traz a aventura, a sensualidade e o clima dos anos 60 com uma forte inspiração em Ennio Morricone e um uso transcendental da flauta baixo. Ansioso por mais!
Melhor faixa: Escape from East Berlin
Sicario: Terra de Ninguém | Jóhann Jóhannson
Divertida Mente | Michael Giacchino
Mad Max: Estrada da Fúria | Junkie XL
Macbeth: Ambição e Guerra | Jed Kurzel
CANÇÃO
“Writing’s on the Wall” – Sam Smith | 007 Contra Spectre
Foi um ano fraquíssimo para canções no cinema. Nem sou um grande fã de “Writing’s On the Wall”, a balada de Sam Smith para os sinistros créditos de abertura de 007 Contra Spectre, mas foi o melhor que pude encontrar. Seguir o sucesso avalassador de Adele para Skyfall era difícil, mas o cantor inglês não faz feio com uma canção eficiente e que faz um uso interessante do falsete, mantendo a classe de James Bond ao mesmo tempo em que busca uma certa vulnerabilidade. Pode conter uma letra clichê, mas é uma boa melodia.
“Crazy in Love” – Beyonce | Cinquenta Tons de Cinza
“See You Again” – Wiz Khalifa | Velozes & Furiosos 7
CRÉDITOS
Aberturas de 007 são rituais. Novamente sob os cuidados de Daniel Kleinman, os créditos de 007 Contra Spectre abraçam a breguice dos anos 70 e sobram referências para Viva e Deixe Morrer e Octopussy, especialmente nas figuras fortes das chamas engolindo silhuetas e o gigante polvo que se agarra à pistolas e pernas de dançarinas voluptuosas.
Missão: Impossível – Nação Secreta
SURPRESA
Realmente, eu não esperava nada. De trailers pouco chamativos e uma proposta um tanto fora de seu tempo, O Agente da U.N.C.L.E. acabou por firmar-se como um dos filmes mais divertidos de 2015, graças às performances certeiras de Henry Cavill e Armie Hammer e a consciência de Guy Ritchie de estar realizando um filme assumidamente exdrúxulo e que mira alto na nostalgia dos anos 60. Se Kingsman é uma ode ao Bond de Roger Moore, U.N.C.L.E. reverencia a era de Sean Connery.
DECEPÇÃO
Eu queria acreditar. Mesmo com uma recepção ruim ao casting e a assustadora ausência de marketing da Fox, eu queria acreditar que o novo Quarteto Fantástico seria a reinvenção que o grupo da Marvel precisa, apostando na atmosfera dark e a influência de ficção científica realista. Em partes, o filme de Josh Trank, mas é no geral uma grande decepção; pelo elenco desperdiçado e o fracasso em atingir o que prometia.
MELHORES TRAILERS
007 contra Spectre | Teaser
Batman vs Superman: A Origem da Justiça | Trailer da Comic Con
A Colina Escarlate | Teaser
Creed: Nascido para Lutar | Trailer 1
Esquadrão Suicida | Trailer da Comic Con
Perdido em Marte | Trailer 2
Quarteto Fantástico | Teaser
O Regresso | Teaser
Star Wars: O Despertar da Força | Teaser 2
Star Wars: O Despertar da Força | Trailer Oficial
Steve Jobs | Trailer 1
A Travessia | Trailer 2
MELHORES PÔSTERES
MAIS AGUARDADOS PARA 2016
Animais Fantásticos & Onde Habitam
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