Futuro vencedor do Oscar 2011? Melhor filme do ano? É um longo caminho, mas o novo filme de David Fincher, A Rede Social, é mais um longa memorável. Acompanhem o especial:
O filme pega a estrutura básica do que realmente ocorreu: Mark Zuckerberg e um grupo de amigos em Harvard criam o website Facebook em seu dormitório. Tudo começa com o propósito do site: exclusividade; o Facebook era para ser exclusivo para usuários dentro da faculdade de Harvard, mas acabou se expandindo ao redor do mundo.
Double Trouble
Os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss
De acordo com o livro de Ben Mezrich (no qual o filme se baseia), os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss estavam criando o site ConnectU, com características similares às do Facebook, mais especificamente, a exclusividade para estudantes de Harvard. Os dois contrataram Mark Zuckenberg (que após o sucesso de audiência de seu site Facemash, quase foi expulso da faculdade) para concluir a programação do site, mas se surpreenderam quando este lançou o Facebook.
Os gêmeos abriram um processo contra Zuckerberg, acusando-o de terem roubado sua ideia. Ele negou, mas chegou a um acordo judicial com os dois; o pagamento de US$ 65 milhões e um contrato de confidencialidade.
Mark e Eduardo
Para conseguir iniciar o Facebook, Mark teve ajuda de seu amigo brasileiro Eduardo Saverin (na época da criação do site, Saverin possuía 30% da empresa), que também cursava em Harvard. Eduardo emprestou US$ 1.000 para comprar o domínio do site e mais US$ 18.ooo para uma viagem onde Mark e alguns assistentes iriam para o Vale do Silício, grande ponto de encontro de empreendedores de internet, etc.
A viagem devia ter durado apenas um verão, nesse meio tempo Eduardo procurava publicitários em Nova York. Zuckerberg e os assistentes nunca retornaram à Harvard, estabelencendo-se no Vale do Silício. Saverin permaneceu na faculdade, terminando seu curso e dedicando-se menos ao Facebook.
Com o tempo, a participação acionária de Eduardo diminuiu até quase zero, até o momento em que sua família mudou-se para os Estados Unidos; o brasileiro decidiu reivindicar sua parte do negócio na Justiça americana. Ano passado, Mark Zuckerberg foi obrigado a por o nome de Saverin como co-fundador do Facebook e entregar 5% da empresa (em torno de US$ 1,3 bilhões).
O diretor David Fincher e o alegre roteirista Aaron Sorkin
Quando anunciado de que seria um feito um filme sobre a história de um site, muitos duvidaram se o projeto chegaria a ver a luz do dia. Aaron Sorkin (que trabalhou no seriado de tv The West Wing) escreveu um roteiro impecável, mas o que fez a diferença, foi a entrada do genial David Fincher na direção.
Os Gêmeos Winklevoss: Computação gráfica envolvida na criação da dupla
A escalação de elenco foi normal. O curioso é que Jesse Eisenberg tem um primo que trabalha ao lado de Zuckerberg no Facebook. Mas o grande problema foram os gêmeos Winklevoss; Fincher não encontrara nenhum par de atores gêmeos, ele contratou Armie Hammer como Cameron e Josh Pence como Tyler, este último um dublê de corpo, porque um pouco de computação foi utilizado (uma máscara digital com o rosto de Armie Hammer). Houve também o tradicional trabalho de tela dividida.
A conversa inicial do filme levou 99 tomadas para ficar pronta
A devoção de Fincher ao projeto foi habitual como sempre; exigindo muito trabalho do elenco. Para se ter uma ideia, o filme abre com um diálogo entre Jesse Eisenberg e Rooney Mara, onde ela eventualmente termina o namoro com o rapaz. A cena, que ocupa 8 páginas de roteiro, levou 99 tomadas até que satisfazesse o diretor.
As filmagens tomaram lugar em Cambridge, Massachussets utilizando como cenário alguns campus e universidades, já que Harvard proibiu filmagens em suas instalações. As cenas envolvendo o Vale do Silício acabaram sendo gravadas em Los Angeles e Pasadena. A genial trilha sonora eletrônica foi composta por Trent Reznor – ex-vocalista do Nine Inch Nails – e Atticus Ross.
Mesmo com a produção em andamento, a desconfiança era grande. A situação começou a mudar com o lançamento do terceiro trailer, que mostrava as primeiras cenas do filme sob a música “Creep” do Radiohead. Convenceu a alguns, mas o criador do site, Mark Zuckerberg ainda é contra o filme, proibindo até mesmo sua divulgação pelo Facebook (estratégia muito usada por estúdios) e o envolvimento de qualquer funcionário do site com o filme.
A Rede Social estreiou em 1º de Outubro nos EUA e foi um absoluto sucesso de crítica e também de bilheteria. A maioria das críticas praticamente confirma a presença do filme no Oscar do ano que vem. Não duvido, é de fato um longa excepcional.
Clique em cada personagem para ver o perfil completo.
Aqui, um pouco de economia (Nem pense em pular!). Atualmente, o valor do Facebook é estimado em cerca de U$s 25,000,000,000 (!) e já recebeu muitas propostas de venda do Google (que ofereceu 15 bilhões), Microsoft (idem), Yahoo (1 bilhão), o concorrente Myspace (cuja oferta é desconhecida), entre várias outras empresas de informática. O Facebook tem cerca de 500 milhões de usuários no mundo todo.
Confira abaixo um gráfico que mostra quem possui as maiores porções do Facebook:
Pois é, um cara na faculdade fez tudo isso. Dá pra acreditar?
Alguns exemplos básicos de como a internet é retratada em alguns filmes, tanto de forma vantajosa quanto prejudicial.
Matrix
Não podia faltar, claro. A ficção científica começa com o hacker Thomas Anderson que, através do programa Matrix, transforma-se no “fodaço” mestre em lutas e armamentos Neo.
Mensagem pra Você
O clássico encontro às escuras (blind date), só que organizado pela internet. Os protagonistas Tom Hanks e Meg Ryan são muito carismáticos e os diálogos, repleto de referências à O Poderoso Chefão, são divertidos. Um prato leve.
Mulher nota 1.000
Numa típica sinopse sessão-da-tarde, dois jovens nerds idealizam a mulher perfeita, criando-a através de um programa de computador. Até aí tudo bem, mas a dupla enfrenta alguns problemas quando ela ganha vida no mundo real. Comédia divertida.
A Senha – Swordfish
Hugh Jackman e John Travolta se enfrentam neste longa focado, principalmente, em hackers e quebra de segurança. O personagem de Jackman é contratado para auxiliar em um roubo bilionário, pelo computador. Vale destacar a ensolarada fotografia do filme.
Duro de Matar 4.0
Longe de sair na mão com traficantes e terroristas, o policial John McLane tem um inimigo muito pior: terroristas que se organizam através da internet e hackers que penetram no sistema de segurança do Pentágono. Felizmente, ele tem um ajudante fera no assunto e depois, sai na porrada. Aliás, há uma ponta divertidíssima de Kevin Smith.
Bem, esse foi especial sobre o novo filme de David Fincher e pela primeira vez na história do blog, a crítica já estava disponível antes do lançamento do filme. Confira.