Arquivo para janeiro, 2015

ACE EDDIE AWARDS 2015: Os vencedores

Posted in Prêmios with tags , , , , , , , , , on 31 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

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E o sindicato dos Montadores revelou os vencedores do prêmio Eddie. Confira:

MELHOR MONTAGEM – FILME DE DRAMA

Boyhood – Da Infância à Juventude | Sandra Adair

MELHOR MONTAGEM – FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL

O Grande Hotel Budapeste | Barney Pilling

MELHOR MONTAGEM EM ANIMAÇÃO

Uma Aventura LEGO | David Burrows & Chris McKay

MELHOR MONTAGEM EM DOCUMENTÁRIO

Citizenfour | Mathilde Bonnefoy

Whiplash perdendo pra Boyhood? Que isso…

| Birdman (ou A Inesperada Virtude da Ignorância) | Crítica

Posted in Cinema, Comédia, Críticas de 2015, Drama with tags , , , , , , , , , , , , , , , on 29 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

4.5

Birdman
Michael Keaton é Riggan Thomson, assombrado pelo fantasma de Birdman

 Filmes como Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) nos fazem parar para observar o atual estado de Hollywood. Dominada por franquias multimilionárias, super-heróis e adaptações cinematográficas que visem o lucro, promovendo a fama de celebridades. Até onde tais obras são enxergadas como Arte pelos estudiosos? Qual o peso na carreira de um ator ao assumir, ou ainda por cima, abandonar uma franquia dessas? O novo filme de Alejandro G. Iñarrítu passa por essas questões, ao mesmo tempo em que

A trama assinada por Iñarrítu, Nicolás Giacobone e Alexander Dinelaris Jr & Armando Bo nos apresenta a Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator de Hollywood que fora famoso no passado por interpretar o super-herói Birdman. Esquecido pelo público e apostando toda sua carreira e dinheiro, ele comanda e estrela uma ousada adaptação de uma peça de teatro na Broadway, tendo que lidar com atores de método (Edward Norton), sua filha recém-saída da reabilitação (Emma Stone) e seu próprio inconsciente, representado pela figura do super-herói.

Vamos tirar as obviedades do meio do caminho: Birdman é quase uma biografia não oficial do próprio Michael Keaton, sendo que o super-herói voador foi simplesmente substituído por um pássaro, mas a lembrança de seu Batman é sempre lembrada aqui, graças ao inteligente roteiro do quarteto. Esse toque de realidade aumenta muito o impacto do filme, ainda mais por trazer diversas referências a atores reais envolvidos atualmente no ramo de super-heróis (“Botaram capa nele também?”, reclama Riggan ao saber que Jeremy Renner estava em Os Vingadores ou a voz incosciente de Birdman afirmando que ele havia aberto caminho para todos os outros) e o próprio processo de criação/estudo de atores. O personagem de Edward Norton é particularmente interessante de se analisar, especialmente quando ele revela só ser capaz de ter uma ereção quando está no palco ou quando afirma que “a popularidade é a prima promíscua do prestígio”, revelando que, dentre todos ali, ele é o único realmente conhecedor do que é Arte.

O que nos traz de volta a Riggan Thomson, o ator que tenta alcançar a Arte ao mesmo tempo em que foge do esquecimento (e as batidas de relógio que dominam seu camarim são um discreto Relógio do Fim do Mundo que marca a chegada de seu grand finale) lhe proposto pela máquina de Hollywood. A performance de Keaton é intensa e ultra metalinguística, permitindo que o ator explore a vulnerabilidade (especialmente quando contracena com Norton), fraqueza e seus reais esforços para suceder – fornecendo também um trabalho vocal assustador na composição da voz interior de Birdman. Além de Keaton e Norton, Zach Galifianakis está surpreendentemente bom, Emma Stone surge intensa e carismática e Naomi Watts brilha quando a câmera lhe oferece mais espaço.

Sobre a direção de Iñarrítu, é algo completamente diferente de seus trabalhos anteriores. A fotografia suja, inquieta e granulada dá espaço a uma condução que simula um plano-sequência de 2 horas através de colagens muitíssimo bem ocultadas (e time lapses e mudanças de tempo são bem presentes, descartando a ideia de uma história em tempo real), provocando um efeito quase onírico. O diretor de fotografia Emmanuel Lubezki teve trabalho, e muito provavelmente terá seu trabalho árduo premiado com um segundo Oscar na categoria. Fico decepcionado com a ausência de Antonio Sanchez na categoria de Trilha Sonora, já que sua música primitiva e quase jazzística (só baterias e tambores aqui) traduzem todos os conflitos internos dos personagens. Só torço o nariz para os efeitos visuais que a produção emprega em alguns momentos, especialmente no voo de Riggan, que aparece assustadoramente artificial.

Birdman é uma obra inteligente e repleta de comentários ácidos sobre a indústria de Hollywood e os bastidores do mundo do teatro, explorando um impecável elenco numa narrativa guiada por uma visão de mestre de Alejandro G. Iñarrítu.

Confira o primeiro trailer de TED 2

Posted in Trailers with tags , , , , , , , , on 29 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

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O ursinho putão de Seth McFarlane retorna para uma continuação… Ted 2 traz de volta McFarlane e Mark Whalberg, adicionando Amanda Seyfried, Morgan Freeman e Liam Neeson em uma trama em que o protagonista tentará expandir seu legado e ter filhos.

Confira o primeiro trailer:

Ted 2 estreia em 27 de Agosto no Brasil.

| A Teoria de Tudo | Crítica

Posted in Cinema, Críticas de 2015, Drama with tags , , , , , , , , , , , , on 29 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

3.5

TheTheoryofEverything
Felicity Jones e Eddie Redmayne

Sou um fã confesso de Stephen Hawking, tanto por seu conhecimento científico incomparável quanto por sua inacreditável luta contra a doença que lhe tirou movimentações motoras e a habilidade de falar. Um biopic do cientista é isca fácil de prêmios, mas também de sentimentalismo barato e muito melodrama. Com A Teoria de Tudo, o diretor James Marsh fica entre os dois, mas aquém de seu potencial.

A trama começa quando Hawking (Eddie Redmayne) ainda é um calouro na universidade de Cambridge, em 1963. Em uma festa, ele conhece a estudante de Artes, Jane (Felicity Jones), com quem acaba iniciando uma relação. Em meio ao romance e seus estudos para comprovar sua teoria sobre a origem do Universo, ele descobre ser portador da Doença do Neurônio Motor, que lhe daria apenas dois anos de vida.

Dois anos de vida, mas como a História bem nos ensinou, Hawking permanece vivo até hoje, quase 50 anos após seu diagnóstico (isso não é considerado spoiler né? Duh). É uma longa e bela história que o roteirista Anthony McCarten (adaptando uma biografia de autoria de Jane Hawking) consegue comprimir em suas duas horas, conseguindo dosar o romance dos protagonistas com diversos conceitos da Física que Hawking estudava, especialmente a respeito de buracos negros (aliás, irônico que no mesmo ano, tenhamos tido uma biografia de Hawking e que Kip Thorne, seu colega de ramo, servindo como consultor no mesmo assunto em Interestelar), característica que certamente torna a experiência mais estimulante. O eterno debate entre Ciência e Religião também marca presença aqui, mas não ganha o aprofundamento que merecia.

Quanto ao romance, funciona principalmente pela química dos protagonistas. Felicity Jones já é um colírio para os olhos graças a seu belíssimo sorriso que sugere uma jovem adorável, e a atriz preenche Jane com momentos assim, retratando também como a condição de Hawking lhe fez provar sua força e seu eventual desgaste. Mas é Eddie Redmayne quem rouba os holofotes em uma performance absolutamente espetacular e assustadoramente física, assumindo cada detalhe da doença paralítica de Stephen Hawking – e ainda preservando leves nuances de humor e afeto -, sem cair para a caricatura ou algo exagerado demais.

Marsh dirige o filme com eficiência, ainda que abuse da câmera desfocada para relatar os momentos mais dramáticos. A trilha sonora de Jóhann Jóhannsson é bonita quando se dedica a explorar as descobertas científicas do protagonista, mas soa artificial demais quando usada como mero artifício para derramar lágrimas: basta observar como uma cena com total silêncio (no caso, quando Stephen usa a cadeira de rodas pela primeira vez) funciona muito melhor (e até emociona mais) do que uma em que os violinos e notas de piano de Jóhannsson dominam a paisagem sonora.

A Teoria de Tudo é um biopic eficiente que traz excelentes performances do talentoso jovem elenco, ao mesmo tempo em que conta uma grande história de forma convencional, emocional e até formulaica. Poderia ter ido mais longe em seus questionamentos e na vida de Stephen Hawking, mas não deixa de ser uma bela homenagem ao renomado cientista.

Chris Pratt como Indiana Jones?

Posted in Notícias with tags , , , , , , , on 27 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

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Em meados do ano passado, havia corrido o boato de que Bradley Cooper seria uma das escolhas da Disney para um novo filme de Indiana Jones (vai acontecer, caso queira ou não), assumindo o papel icônico de Harrison Ford. O estúdio desmentiu e afirmou não haver planos para substituir Ford.

Mas agora a Disney estaria interessada em Chris Pratt (saído do sucesso de Guardiões da Galáxia e do vindouro Jurassic World) para assumir o papel do arqueólogo aventureiro – adotando a fórmula James Bond de revezamento de atores.

Nada confirmado até o momento…

Primeiro trailer do novo QUARTETO FANTÁSTICO!

Posted in Trailers with tags , , , , , , , , , , on 27 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

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FINALMENTE! Depois de meses e meses sem nenhum tipo de divulgação ou informação, o arriscado reboot de Quarteto Fantástico que Josh Trank dirige para a Fox ganhou seu primeiro trailer. A atmosfera é sombria e dramática, e brevemente nos apresenta ao elenco formado por Miles Teller, Michael B. Jordan, Kate Mara e Jamie Bell.

Confira:

Quarteto Fantástico estreia em 6 deAgosto.

SAG AWARDS 2015: Os Vencedores

Posted in Prêmios with tags , , , , on 25 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

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Confira os vencedores do SAG Awards 2015 abaixo!

(categorias de cinema, apenas)

MELHOR ELENCO

Birdman

MELHOR ATOR

Eddie Redmayne | A Teoria de Tudo

MELHOR ATRIZ

Julianne Moore | Para Sempre Alice

MELHOR ATOR COADJUVANTE

J.K. Simmons | Whiplash – Em Busca da Perfeição

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Patricia Arquette | Boyhood – Da Infância à Juventude

MELHOR EQUIPE DE DUBLÊS

Invencível

| Grandes Olhos | Crítica

Posted in Cinema, Comédia, Críticas de 2015, Drama with tags , , , , , , , , , , , , , , , on 25 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

3.5

BigEyes
Christoph Waltz e Amy Adams

Depois de anos mergulhado em histórias fantásticas povoadas por criaturas excêntricas como seu próprio estilo, Tim Burton resolveu parar e contar uma história sobre pessoas “normais”, e fico feliz que o tenha feito. Aguentei tudo que ele entregou até Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, mas suas baboseiras com Alice no País das Maravilhas e Sombras da Noite quase jogaram Burton no limbo. Com Grandes Olhos, Burton meio que se redime.

A trama é inspirada na história real do casal Margaret e Walter Keane (Amy Adams e Christoph Waltz, respectivamente) um casal de pintores que vivia uma boa carreira na década de 60. Margaret pintava seus característicos quadros retratando crianças com olhos desproporcionalmente grandes, enquanto Walter bancava o empresário e vendia suas obras. O problema é quando Walter começa a assumir todo o crédito pelo trabalho de sua esposa.

Nada de fadas, bruxas, vampiros ou outros seres “Burtonescos”, como Johnny Depp ou Helena Bonham Carter. A história também não é ambientada numa vasta mansão ou numa floresta gótica criada por efeitos visuais, mas sim uma pacata cidade da Califórnia. É certo dizer que Burton não contava uma história tão comum assim desde Ed Wood (não por acaso, o melhor filme de sua carreira), que me atinge como a principal influência para Grandes Olhos: é uma história comum, mas o diretor não esconde seu estilo e sabe dosá-lo apropriadamente, de acordo com a demanda narrativa. O Walter de Christoph Waltz, por exemplo, é uma figura gritantemente cartunesca, seja em seus acessos de raiva ou risadas de vitória.

Visualmente, Burton sabe muito bem a hora de jogar um enquadramento mais chamativo/expressionista (a pausa dramática, embalada pela música de Danny Elfman, quando um vendedor pergunta pelo real autor de uma pintura pela primeira vez é magistral) ou liberar todo seu “instinto” quando a trama alcança um momento onírico, no caso a ida ao mercado onde Margaret se depara com diversas pessoas com os olhos imensos. Toda a direção de arte – dos cenários aos figurinos – é eficaz ao criar um mundo colorido e vibrante que a fotografia de Bruno Delbonnel captura com beleza, ainda que não roube a atenção para si; é tão belo quanto uma pintura.

Tudo bem que em certos momentos não parece que estamos diante de uma história real, dado a abordagem mais cômica de Burton. Novamente, o Walter de Waltz (olha, que sonoro) e a Margaret de Adams parecem habitar universos diferentes, já que a performance da atriz é bem menos discreta e mais sutil do que a de seu companheiro. E mesmo tratando-se de acontecimentos verídicos, o roteiro de Scott Alexander e Larry Karaszewski poderia ser mais ácido, ou oferecer mais profundidade à questão do que é realmente Arte; um tema que este apenas tangencia brevemente.

Grandes Olhos é um dos trabalhos mais eficientes que Tim Burton trouxe nos últimos anos. Deixou de lado as fantasias góticas para se dedicar a uma história sobre seres humanos, e mesmo que esta não tenha sido empolgante quanto poderia ser, fico aliviado em ver que o diretor ainda sabe contar histórias.

Obs: Crítica publicada após a pré-estreia do filme em São Paulo, em 24 de Janeiro.

BIRDMAN levou o PGA 2015

Posted in Prêmios with tags , , , , , on 25 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

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O Producers Guild Awards, mais confiável termômetro do Oscar, soltou seu escolhido durante a madrugada. E se muitos esperavam Boyhood, O PGA surpreendeu ao premiar Birdman, o que já o desponta como grande favorito ao prêmio do dia 22.

Confira os vencedores:

MELHOR FILME

Birdman

MELHOR ANIMAÇÃO

Uma Aventura LEGO

MELHOR DOCUMENTÁRIO

Life Itself

 

| O Jogo da Imitação | Crítica

Posted in Cinema, Críticas de 2015, Drama with tags , , , , , , , , , , , , , , , on 23 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

3.5

TheImitationGame
Benedict Cumberbatch é Alan Turing

Ainda que o que esteja em primeiro plano em um grande acontecimento receba o grande mérito e reconhecimento, sempre me interessei pelos eventos que aconteciam por detrás das cortinas, nos bastidores. O Jogo da Imitação se dedica a explorar os esforços de um time de matemáticos que lutavam uma vertente diferente da guerra, mas igualmente importante.

A trama se dedica a contar a história de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático brilhante que é selecionado para ajudar os Aliados a quebrar um código nazista indecifrável que pode lhes garantir a vitória da Segunda Guerra Mundial. A narrativa se divide para contar esse episódio, assim como sua adolescência e sua condenação por ser homossexual, em 1951.

É uma ótima e importante história, especialmente levando em consideração o legado que Turing nos deixa. Computadores, smartphones e outras máquinas do tipo não existirião tão cedo sem seus experimentos inovadores, usados aqui em uma guerra aparentemente inofensiva; travada dentro de galpões e escritórios, mas que o filme do norueguês Morten Tyldum (do divertidíssimo Headhunters) retrata como crucial, contando com um vasto trabalho de recriação de época e composições de Alexandre Desplat que incitem a genialidade e o suspense.

O roteiro de Graham Moore oferece excelentes diálogos que conseguem explorar a urgência da guerra, o humor e a psique de Turing, desde sua arrogância inadvertida até seus raros momentos de sensibilidade. É uma pena que Moore aposte tanto em fórmula na maior parte do filme, promovendo uma narrativa que entretém, mas que pouco inova ou provoca – a exceção é quando o grupo decifra o tal enigma pela primeira vez, mas questiona se seria a decisão mais sábia usar as informações obtidas, mesmo que estas possam salvar inúmeras vidas. Estruturalmente, o filme perde força ao quebrar a narrativa principal para os flashbacks e flashfowards, especialmente por gastar tempo em informações que já havíamos recebido (a investigação do policial de Rory Kinnear, por exemplo, poderia ser facilmente encurtada a fim de evitar repetições e falsos mistérios).

Porém, temos um grande elenco para povoar a história. Benedict Cumberbatch brilha nesta que é a melhor performance de sua carreira, compondo um Turing ambíguo e arrogante, utilizando-se de diversas nuances e acertadamente flertando com o caricato – sem cair inteiramente nessa armadilha. Keira Knightley também está adoravelmente carismática como a brilhante Joan Clarke, e o texto de Moore cria uma relação interessante e moderna (ainda que se passa na década de 40) entre os dois. De elenco coadjuvante, Mark Strong, Matthew Goode e Charles Dance (reprisando seu papel autoritário de Game of Thrones) fecham bem o pacote.

O Jogo da Imitação é um bom filme, mas que não vai muito além da fórmula do biopic esperado de uma temporada de prêmios, pouco arriscando-se. Traz um roteiro eficiente, atuações impecáveis e um grande respeito pelo trabalho de Alan Turing, ainda que não seja uma obra excepcional como a obra de seu biografado.

Obs: Publicado após a pré-estreia do filme em São Paulo, em 22 de Janeiro de 2015.