Arquivo para Morgan Freeman

| Ted 2 | Crítica

Posted in Cinema, Comédia, Críticas de 2015 with tags , , , , , , , , , , , on 29 de agosto de 2015 by Lucas Nascimento

2.0

Ted2
Cinquenta tons de Ted

Nunca fui um grande conhecedor do humor de Seth MacFarlane, mas me diverti bastante com o hit surpresa Ted, em 2012, que fora sua estreia como diretor e roteirista no cinema. Porém, ano passado o criador de Uma Família Pesada entregou a decepcionante comédia faroeste Um Milhão de Maneiras de Pegar na Pistola, e agora, Ted 2 chega para confirmar que o acerto de MacFarlane em 2012 foi mera sorte de principiante.

Na trama, o urso falante Ted (MacFarlane) se casa com sua namorada Tami-Lynn (Jessica Barth) e anseia por ser pai, seja por doação de esperma de seu amigo John (Mark Wahlberg) ou através de adoção. Porém, o Estado se nega a considerar Ted como algo a mais do que uma propriedade (leia-se, um brinqued0), fazendo-o entrar numa batalha judicial para comprovar sua humanidade.

É uma premissa que diverte pelo absurdo, e que poderia muito bem ser transformada num pesado drama caso o protagonista não fosse um ursinho de pelúcia. E é aí que reside o grande problema de Ted 2, que revela-se uma obra assustadoramente descontrolada e sem sentido, que transita entre o humor escatalógico até cenas de tribunal que tocam seriamente em temas como escravidão e defesa de minorias, sem ter muita certeza aonde quer chegar. MacFarlane acerta em seu sempre eficaz trabalho vocal de Ted, mas como diretor, realmente deveria reconsiderar suas escolhas, já que a narrativa do filme é prejudicada por timing ruim de piadas, uma montagem inconstante e um ritmo tedioso.

Por exemplo, a trama principal com a advogada de Amanda Seyfried é constantemente interrompida por cenas aleatórias de John e Ted tentando causar algum tipo de humor, mas de nenhuma forma que caiba dentro da história: seja por aleatoriamente atirar objetos em corredores, referenciar Clube dos Cinco ou invadir um clube de stand-up para sugerir temas tristes como 11/9 ou Charlie Hedbo aos comediantes (essa fez rir, ok). De maneira similar, Liam Neeson e Morgan Freeman ganham participações sem graça, enquanto a narrativa é comprometida por uma entrada no road movie que simplesmente não empolga, mesmo que o roteiro de MacFarlane aposte pesado em referências pop – rendendo uma boa piada com Jurassic Park. Temos até uma grande luta na New York Comic Con (e pelas barbas de Odin, MacFarlane ganhou muita grana para promover brinquedos de Transformers…), mas que só entretém pela variedade de cosplayers envolvidos.

Nem mesmo a química de Wahlberg com o urso funciona muito bem aqui, principalmente porque o ator parece completamente desinteressado e a computação gráfica de Ted mostre-se estranhamente inferior à do primeiro filme. Seyfried também não rende boa participação, enquanto o vilão de Giovani Ribsi divirta, mas sem o impacto surpresa causado no longa anterior.

Falta a Ted 2 o humor certeiro e o roteiro bem elaborado do primeiro, limitando-se a uma trama sem graça e entediante, só pontualmente capaz de rir. Acho que Seth MacFarlane deveria pensar bastante antes de decidir arriscar-se no cinema novamente.

Confira o primeiro trailer de TED 2

Posted in Trailers with tags , , , , , , , , on 29 de janeiro de 2015 by Lucas Nascimento

ted2

O ursinho putão de Seth McFarlane retorna para uma continuação… Ted 2 traz de volta McFarlane e Mark Whalberg, adicionando Amanda Seyfried, Morgan Freeman e Liam Neeson em uma trama em que o protagonista tentará expandir seu legado e ter filhos.

Confira o primeiro trailer:

Ted 2 estreia em 27 de Agosto no Brasil.

| Lucy | Crítica

Posted in Ação, Cinema, Críticas de 2014 with tags , , , , , , , , , , , , , , on 2 de setembro de 2014 by Lucas Nascimento

3.5

lucy
Lucy

Scarlett Johansson já nos provou que, por trás da beleza estonteante e o talento competente, tem a capacidade para chutar bundas. Ela marca presença como a Viúva Negra no universo cinematográfico da Marvel Studios e sobreviveu a um filme de Michael Bay, A Ilha. Agora com Lucy, a atriz fecha um ótimo ano com a ficção científica de ação amalucada de Luc Besson, que, de tão idiota, é imperdível.

A trama começa quando a jovem Lucy (Scarlett Johansson) é enganada por seu namorado em Taiwan, e obrigada a entregar uma misteriosa maleta para o gangster Sr. Jang (Mink-sik Choi). O conteúdo é uma droga experimental que será contrabandeada para a Europa, permitindo que o usuário acesse 100% do potencial de seu cérebro. As coisas dão errado e Lucy acaba infectada com a droga, transformando-se em um superhumano extremamente letal.

Mesmo que esse mito de que os humanos só usem uma pequena porcentagem da capacidade cerebral seja pura balela (já foi refutado, googlem aí), é uma premissa que sempre soa interessante. Funcionou moderadamente bem em Sem Limites (parando pra pensar, ambas as premissas são bem parecidas, hein) e encontra melhor espaço aqui, já que Luc Besson é um talentosíssimo diretor de ação. Não só com perseguições de carro e tiroteios elaborados, Besson também é um cara que encontra estilo em coisas simples: como não arrepiar com a imagem de Lucy andando em câmera lenta por um corredor lindamente fotografado por Thierry Arbogast (fotógrafo onipresente do cineasta) e ao som da “Requiem”, de Mozart? Ou o grande Mink-sik Choi, imortalizado pelo sul-coreano Oldboy, surgindo ameaçador como o vilão só com sua mera presença, já introduzida perfeitamente quando aparece lavando as mãos de sangue? Besson tem estilo.

Claro, a trama consegue trilhar para alguns caminhos absurdos demais, mesmo diante da natureza fantasiosa da narrativa. Eu por exemplo, acho difícil que um ser humano seria capaz de adquirir habilidades como telecinese ou manipulação de matéria simplesmente pelo poder cerebral, e Besson aposta em certas soluções visuais que beiram o cafona – como a reação de Lucy ao ingerir uma bebida alcóolica. Em alguns momentos, chega a parecer uma cópia do recente Transcendence – A Revolução (tem até o Morgan Freeman praticamente repetindo o mesmo papel que fez no longa de Wally Pfister).

Mas no fim, esse apelo ao exagerado beneficia o filme. Se muitas das produções do gênero geralmente acabariam com um tiroteio genérico uma mera troca de socos, Besson vai além. É bem ambicioso com as imagens e as decisões que toma no espetacular clímax da narrativa, chegando a um ponto em que eu não conseguiria imaginar aonde o diretor iria chegar com sua orquestra de imagens e sons. Prefiro não entrar em detalhes, mas é algo realmente estrondoso.

Às vezes, um filme como Lucy é bem necessário. Não se leva tão a sério como filme de ação, mas tampouco transforma sua trama num espetáculo de piadinhas e galhofa, rendendo uma experiência estimulante e agradável. E não deixa de ser irônico que um filme sobre valorização do potencial do cérebro precise de justamente o oposto para funcionar.

| Transcendence – A Revolução | Crítica

Posted in Cinema, Críticas de 2014, Ficção Científica with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 11 de julho de 2014 by Lucas Nascimento

2.5

Transcendence
Johnny Depp está agora online

Longo e árduo é o caminho do diretor de fotografia tornado diretor. Se analisarmos a História, não encontraremos muitos nomes de peso que outrora atuavam na função de cuidar de iluminação, cor e todo o aspecto visual de um longa-metragem, e a grande maioria geralmente volta a sua profissão anterior depois de alguns experimentos. Sinceramente, eu espero que Wally Pfister repense suas decisões profissionais, já que mostra-se muito mais competente no trabalho com o diretor Christopher Nolan do que no comando de Transcendence – A Revolução.

O roteiro é assinado pelo estreante Jack Paglen, que elabora uma trama onde o famoso cientista Will Caster (Johnny Depp) sofre uma tentativa de assassinato de um grupo radical que vai contra suas ideias, que incluem o avanço tecnológico e a criação de uma inteligência artificial autoconsciente. A fim trapacear a morte, sua esposa Evelyn (Rebecca Hall) e seu parceiro Max (Paul Bettany) realizam um experimento que transfere a mente de Will para um computador. A mudança, no entanto, faz com que sua consciência virtual se expanda para o mundo inteiro, a fim de dominá-lo.

Uma premissa suculenta e que o texto de Paglen é capaz de honrar com o levantamento de questões estimulantes, e que não são nada fantasiosas no ano de 2014: o progresso que o tratamento de células-tronco poderia atingir, a dependência cada vez maior dos seres humanos em tecnologia e até o alastramento viral das redes sociais. Transcendence merece mérito por levantar tais discussões na tela grande, mas infelizmente é incapaz de oferecer o tratamento merecido, já que o roteiro de Paglen jamais nos oferece algum tipo de aprofundamento em seus personagens e tampouco nos motivos que os movem (o grupo radical de Kate Mara fica simplesmente no ar, assim como a repentina aliança formada com o FBI). E o que falar no súbito salto de dois anos que a narrativa sofre? A legenda poderia dizer “duas horas depois” e não faria a menor diferença, já que nenhum dos personagens parece ter evoluído no espaço de tempo.

São erros que um diretor competente saberia trabalhar melhor. Pfister, tão talentoso como diretor de fotografia de A Origem ou a Trilogia Cavaleiro das Trevas, não cria ritmo nem apego emocional, falhando também ao apostar em um prólogo que não tem a força que deveria. Caramba, nem consegue trabalhar bem o visual do longa, que rende uma ou outra tomada plasticamente bela pelas mãos de Jess Hall, mas no geral é visualmente pobre. Tanto que o diretor até cisma em ficar repetindo tomadas que este julgue geniais, como aquela em que um sujeito usa um teclado de computador para manter a porta aberta; tem significado e é bonita, mas é amadorismo simplesmente repeti-la sem necessidade (e sem comentários para a repetição excessiva de uma gota d’água em câmera lenta).

Pfister também não se mostra um bom diretor de atores (mesmo que funcionem as colaborações com os colegas Morgan Freeman e Cillian Murphy, bons arquétipos), mas não sei se culpo ele ou Johnny Depp, que surge com uma de suas performances mais preguiçosas e monótonas de sua carreira (até quando tenta fazer um comentário irônico), sendo mais máquina quando o personagem ainda é humano do que vice-versa. Só merece destaque mesmo Paul Bettany, carismático ator que ainda é um dos mais subvalorizados da indústria.

Transcendence – A Revolução é uma oportunidade perdida, infelizmente. Traz boas ideias e conceitos pertinentes para a discussão da sociedade tecnológica que rapidamente vai crescendo, mas sofre nas mãos de um roteiro fraco e um diretor nada talentoso.

É Wally, você deveria ter ido fotografar Interestelar.

| Uma Aventura LEGO | Crítica

Posted in Animação, Aventura, Comédia, Críticas de 2014, DVD with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 27 de junho de 2014 by Lucas Nascimento

4.0

TheLEGOMovie
E você achando que só em 2016 veríamos um novo filme com Batman…

Quando criança, brincar com as famosas peças de LEGO era como uma experiência religiosa. Aliada à paixão de cinema, o “ritual” muitas vezes dava a origem a pequenas (e tolas, exageradas) narrativas se desenrolando sobre meus dedos, e a brincadeira já até rendeu alguns curtas em stop motion, mas enfim… Só parei agora para assistir a Uma Aventura LEGO, e me surpreendi com um dos filmes mais leves, honestos e divertidos de 2014.

A trama é ambientada em um mundo formado de peças de LEGO, onde diversas linhas do produto convivem em harmonia (linhas de corrida, faroeste, astronautas, tudo o que você via nas prateleiras), na verdade uma mera fachada para o regime ditatorial do Lord Business (voz de Will Ferrell). A situação muda quando o pacato e ordinário funcionário público Emmet (voz de Chris Pratt) encontra uma peça mítica que o transforma em uma espécie de messias e o coloca de frente com diversas figuras populares em uma missão para derrubar a tirania de Business.

LEGO é um filme muito curioso. Ao mesmo tempo é inevitável que o filme pareça uma peça publicitária para a vendedora de brinquedos: desde imagens das próprias caixas dos blocos de montar até a suposição de que as vendas do produto devem ter aumentado estratosfericamente após o lançamento do filme. Mas aí, nos deparamos com uma trama em que o antagonista é justamente um sujeito que, não por coincidência, atende pelo nome de “Negócio” e representa basicamente a ideologia megalomaníaca de poderosas empresas capitalistas. Ah, sim e eu estou falando sobre um filme onde bonequinhos de montar andam e falam…

Metalinguagem é um dos grandes pontos da produção, o que é curioso já que o filme anterior dos diretores Phil Lord e Chris Miller era justamente sobre isso – no caso, a brilhante comédia policial Anjos da Lei. Responsável também pelo roteiro, a dupla nitidamente se diverte ao bolar as piadas e referências mais inusitadas possíveis, desde a narração clichê do personagem de Morgan Freeman até as sensacionais participações especiais. Colocar Batman (dublado no original por Will Arnett em sua melhor imitação de Christian Bale) como um sidekick do protagonista é uma sábia decisão, dada a força de presença do personagem e a oportunidade de ver situações que raramente encontraríamos em um filme de franquia, por exemplo. Não vou entrar em detalhes para preservar o fator surpresa de alguns “convidados”, mas é demais a sutil piada que Lord e Miller fazem com o Lanterna Verde (dublado por Jonah Hill), em um claro puxão de orelha ao fiasco produzido pela Warner em 2011.

Nesse turbilhão de referências pop, é como se os personagens tivessem a consciência de que fazem parte de um mundo de brinquedo. A animação que remete diretamente à técnica de stop-motion quase faz parecer que estamos diante de algum ser humano brincando com suas pecinhas, e ganha ainda mais força quando o roteiro nos revela o que é esse universo. É uma das revelações mais interessantes e surpreendentemente belas da produção, que consegue encontrar uma interessante mensagem em meio ao caos e anarquia de suas cenas de ação e múltiplas locações.

Seja lá adulto ou criança, Uma Aventura LEGO é incrível.

EVERYTHING IS AWESOME!!!!!!!!!!!!!!

| Truque de Mestre | Divirta-se, mas não olhe tão de perto

Posted in Ação, Cinema, Críticas de 2013 with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on 7 de julho de 2013 by Lucas Nascimento

3.0

NowYouSeeMe
Are you watching closely: Dave Franco, Jesse Eisenberg, Isla Fisher e Woody Harelson

Eu consigo imaginar o entusiasmo dos produtores da Summit Entertainment ao darem sinal verde para a realização de Truque de Mestre. Confiantes, ou não, no sucesso comercial do projeto, a premissa de se usar truques de mágica e ilusionismo para cometer atividades criminosas – aliada a um elenco estelar que inclui a velha e a nova guarda – soa no mínimo como bom entretenimento. O que é, de fato, mas um longa que se arrisca a explorar truques de mágica precisa de justificativas muito melhores do que as oferecidas aqui.

A trama acompanha o detetive do FBI Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) que, com o auxílio de uma bela agente da Interpol (Melánie Laurent), investiga uma série de assaltos que teriam sido, supostamente, orquestrados por uma trupe de ilusionistas conhecida como Quatro Cavaleiros (Jesse Eisenberg, Isla Fisher, Woody Harelson e Dave Franco).

Provavelmente o maior acerto do longa, a decisão dos roteiristas Ed Solomon, Boaz Yakin e Richard Ricourt em manter as autoridades como núcleo da trama é inteligente ao intesificar o mistério acerca dos ilusionistas e fornecer liberdade para que estes realizem facetas absurdas sem se dar ao trabalho de revelar o “truque” ao espectador. É também muito instingante ver sujeitos dotados de habilidades “mágicas” algemados em uma sala de interrogatório e usando tal vantagem contra os policiais; uma imagem incomum (como, este ano, a do Superman encarcerado em O Homem de Aço) que só me lembro de ter visto em O Grande Truque, que também trazia a ideia da troca de algemas.

O problema surge no momento em que o filme começa a nos apresentar suas absurdas resoluções, que abandonam os conceitos de ilusionismo para assumir um cárater quase…er, mutante (não por acaso, o personagem de Dave Franco protagoniza uma luta com cartas de baralho, no melhor estilo Gambit). São coincidências, ações meticulosamente planejadas com antecedência e revelações que são simplesmente implausíveis dentro da postura do longa, que comete o erro de se levar a sério demais e procurar soluções complexas que – no fundo – não fazem sentido. É até espantoso como Louis Letterier, com sua direção alucinada, consegue enfiar tantas cenas de ação na história: mágicos, pelo visto, também são especialistas em Parkour, e também não passam de meras figuras unidimensionais – características reforçadas pelas performances que abraçam forte o estereótipo (acredite se quiser, tem até narração à la History Channel do Morgan Freeman!).

Ao fim, fica claro que Truque de Mestre esté mais preocupado em surpreender o espectador do que elaborar uma história que faça sentido. O filme entretém (e surpreende, sem dúvida alguma), mas – tomando a reformulação de uma frase recorrente do longa –  quanto mais perto você o olhar, mas evidentes serão suas falhas.

O Prestígio | Especial BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE

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O filme mais aguardado de 2012 enfim chega às telonas! Christopher Nolan promete (novamente) grandiosidade em sua conclusão da trilogia do Morcego com Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Já assisti ao filme na cabine de imprensa (leia a crítica aqui) e atualizei o post com novas informações. Acompanhe o especial e vejamos como será o resultado:

Algumas perguntas que circulam o projeto:

Quanto tempo separa Ressurge de O Cavaleiro das Trevas?

De acordo com Christopher Nolan, o novo filme se passa oito anos após seu anterior.

Quem são os vilões?

A principal ameaça encontra-se na forma de Bane, que lidera um grupo terrorista que visa levar o caos para as ruas de Gotham. Os boatos correm e muitos apontam em um retorno da Liga das Sombras de Batman Begins, e se o vilão não seria um membro que continuará a missão de Ra’s Al Ghul. Além disso, temos a Mulher-Gato (que serve também como aliada) e uma rápida aparição do Espantalho de Cillian Murphy vai ou não dar as caras…

Quais são as novidades no elenco?

Diretamente de A Origem, Tom Hardy, Marion Cottilard e Joseph Gordon Levitt reúnem-se com o diretor Christopher Nolan. O primeiro encarna Bane, Levitt dá forma ao policial John Blake (que tem uma importante participação na trama) e a atriz francesa encarna uma personagem não muito detalhada pela divulgação do filme, que atende pelo nome de Miranda Tate. E claro, temos Anne Hathaway como Selina Kyle, a melhor do filme.

O que é aquele objeto voador?

Novo “brinquedo” tecnológico do protagonista, o “Morcego” é um veículo voador desenvolvido por Lucius Fox. Basicamente, é a versão Nolan para o famoso Bat-Wing, que agora substitui o formato “morceganizado” por um militar, como o próprio Tumbler.

Há alguma menção ao Coringa de Heath Ledger?

Christopher Nolan havia dito que planejava usar o Coringa de Heath Ledger no terceiro filme (e com uma figura daquelas, quem não usaria?), mas devido a repentina morte do ator, isso não foi possível. Dessa forma, O Cavaleiro das Trevas Ressurge não faz menção alguma ao personagem.

Afinal, o Bane quebra ou não a coluna do Batman? [SPOILERS]

Quando anunciado que Bane seria o principal antagonista do novo filme, muitos fãs imediatamente remeteram à famosa HQ A Queda do Morcego, onde o vilão derrota o Batman e quebra sua coluna, deixando-o paraplégico. Pois bem, no filme a cena com o herói sendo espancado e humilhado está lá – assim como icônica joelhada na coluna – mas o golpe não é forte o suficiente para aleijá-lo, apenas deixando-o severamente machucado (com uma vértebra exposta).

Quanto do filme foi gravado em IMAX?

O Cavaleiro das Trevas Ressurge tem quase 1 hora de material rodado em câmeras IMAX, rivalizando com os 28 minutos do filme anterior. Curiosidade: durante as filmagens, a dublê de Anne Hathaway acidentalmente colidiu com uma das gigantescas câmeras do formato, o que certamente rendeu um prejuízo de 500 mil dólares à produção; considerando a limitada disponibildade dos equipamentos. Veja o flagrante:

Após o fim da trilogia, como fica o Batman no cinema?

Como aconteceu com o Homem-Aranha, a Warner Bros anunciou que o Batman terá um reboot, já que os produtores afirmam que Nolan encerrou sua trilogia de uma maneira que impossibilita continuações. Eu pessoalmente acho que um reboot é exagero, o final dessa trilogia não é impossível de ser seguido…

Qual será o próximo filme de Christopher Nolan?

O nome de Christopher Nolan circula por muitos projetos, dentre os quais temos Superman – O Homem de Aço. O filme dirigido por Zack Snyder (que será lançado no ano que vem) teve o argumento original desenvolvido por Nolan e seu irmão, Jonathan e ambos afirmaram ser uma ideia “que não acreditavam ninguém ter pensado antes”. Recentemente, Michael Caine revelou ter sido contratado para o próximo filme do diretor, que seria um argumento original. Vamos aguardar…

Alguns velhos conhecidos e novas caras marcam presença em O Cavaleiro das Trevas Ressurge:

Bruce Wayne/Batman | Christian Bale

Tendo abandonado a máscara do vigilante Batman após aceitar a responsabilidade pelos crimes de Harvey Dent, Bruce Wayne encontra-se envelhecido e aposentado. Com problemas de coluna e exilado da sociedade, ele é forçado a voltar à ativa e recomeçar seu treinamento quando a ameaça terrorista de Bane promete destruir Gotham City.

Selina Kyle | Anne Hathaway

Habilidosa ladra noturna, Selina Kyle sustenta-se comentendo pequenos furtos e assaltos, sendo experienciada em lutas corporais e movimentos acrobáticos. Procurando uma chance de limpar seu histórico criminal e começar uma vida nova, ela se envolve com o grupo de Bane e, consequentemente, com Batman e seu alter-ego.

Bane | Tom Hardy

Bane é um mercenário (com espiríto revolucionário) que traz um grande plano envolvendo a destruição de Gotham City. Lidera um vasto grupo de resistência e incentiva uma rebelião de criminosos na cidade, tendo como habilidades uma força brutal e uma máscara respiratória que garante sua sobrevivência após este ter sido vítima de ferimentos agonizantes.

Comissário Jim Gordon | Gary Oldman

À beira da aposentadoria, James Gordon tem liderado uma campanha de luta ao crime implacável e bem-sucedida, mas ainda assim, sente-se na necessidade de revelar ao povo de Gotham o que de fato aconteceu entre ele, Batman e Harvey Dent anos atrás. Mas isso será o menor de seus problemas quando o grupo de Bane chegar à cidade.

John Blake | Joseph Gordon-Levitt

Jovem policial que vai rapidamente crescendo no departamento de polícia de Gotham, John Blake é um antigo amigo de Bruce Wayne e protegido do Comissário Gordon. Ainda que a cidade encontre-se em tempos de paz, ele anseia em descobrir a verdadeira história por trás do sumiço de Batman e também deseja que este retorne quando a situação piorar.

Alfred Pennyworth| Michael Caine

Leal mordomo e mentor de Bruce Wayne, Alfred sonha em ver seu patrão abandonar a vida eremita e sedentária que carrega, mas é contra sua decisão de retomar a máscara do Batman; temendo a impossibilidade de Bruce em sucedir contra oponentes perigosos e bem treinados.

Lucius Fox | Morgan Freeman

Ainda responsável pela Wayne Enterprises e a secreticidade das invenções tecnológicas de Batman, Lucius Fox é um dos principais incentivadores para o retorno de Bruce Wayne ao mundo real, tendo frequentes reuniões com a empresária Miranda Tate. Seu papel aqui é muito maior e importante.

Miranda Tate | Marion Cottilard

Miranda Tate é uma executiva filantropa que negocia  um projeto ambiental com as Wayne Enterprises. Sua relação com Bruce vai aumentando à medida que ela vai convencendo-o a reassumir a empresa e levá-la de volta aos dias de glória.

Uma olhada breve nos outros dois filmes da trilogia:

Batman Begins (2005)

Um marco para o cinema blockbuster, Batman Begins iniciou a onda de abordagens realistas para ícones populares (como Cassino Royale fez com James Bond). E justamente por tratar seu protagonista como um ser humano real – buscando inspiração nas primeiras histórias do personagem, muito mais sombrias – o reboot alcançou um resultado excelente ao mergulhar profundamente no psicológico do homem que se veste como morcego, em um estudo de personagem eficiente e que traz um visual dark e atmosférico. Isso sem falar da ótima performance de Christian Bale.

Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008)

A adaptação suprema de quadrinhos/super-heróis para o cinema, o melhor filme de Christopher Nolan é também um dos melhores da última década. Em um misto excepcional de ação desenfreada, trama policial brilhante e temas morais/éticos abordados com impressionante intensidade, O Cavaleiro das Trevas é um filme surpreendente que aprimora o original em todos os sentidos. Todo o elenco é de primeira, mas o destaque fica para a magistral performance de Heath Ledger como o Coringa.

Os oponentes que já deram as caras na trilogia de Nolan.

O Espantalho

Intérprete: Cillian Murphy

Bio: Alter ego do psiquiatra Dr. Jonathan Crane, o Espantalho é uma arma de medo. No universo de Nolan, ele tem associação com o mafioso Carmine Falcone, gerenciando o hospício Asilo Arkham e livrando diversos de criminosos de penas de prisão ao diagnosticá-los como insanos. Sua principal arma é o gás do medo, que provoca alucinações em suas vítimas.

Desfecho: Foi preso pelo Batman no início de O Cavaleiro das Trevas. Tem uma pequena participação em Ressurge.

Ra’s Al Ghul

Intérprete: Ken Watanabe/Liam Neeson

Bio: Líder de uma associação secreta conhecida como Liga das Sombras, Ra’s Al Ghul é visto como imortal nos quadrinhos, mas no filme de Nolan é apenas uma figura que ganha diversos representantes. O principal deles, é o mentor de Bruce Wayne que também foi responsável por seu treinamento: Henry Ducard. Suas habilidades incluem treinamento ninja e domínio de inúmeras artes marciais.

Desfecho: Após fracassar em destruir Gotham, é morto no fim de Batman Begins.

O Coringa

Intérprete: Heath Ledger

Bio: Criminoso anarquista brilhante, o Coringa só tem um objetivo: testar e destruir o psicológico de seus oponentes, assim como perturbar a ordem dominante e estabelecer o caos. Sem nunca ter seu passado revelado (o máximo são algumas histórias que o próprio inventa para justificar sua aparência), é armado com inúmeras facas e usa de uma maquiagem para intimidar e ocultar as cicatrizes de sua boca.

Desfecho: É preso pelo Batman no fim de O Cavaleiro das Trevas.

Harvey Duas-Caras

Intérprete: Aaron Eckhart

Bio: Implacável promotor público e o rosto da luta contra o crime em Gotham, Harvey Dent foi um símbolo de esperança e justiça em tempos sombrios. Aliando-se com o comissário Gordon e Batman, eles prometeram defender a cidade contra os ataques do Coringa. Dent sai na pior quando sua amada Rachel Dawes é morta e este e tem metade de seu rosto queimado durante um sequestro, levando-o a um desejo de vingança incontrolável. Armado com uma pistola, decide suas ações no cara-ou-coroa.

Desfecho: Ameaçando o comissário Gordon e sua família, é morto pelo Batman no fim de O Cavaleiro das Trevas.

Bane [SPOILERS]

Intérprete: Tom Hardy

Bio: Após ser agredido cruelmente enquanto protegia uma criança de prisioneiros hostis, Bane é forçado a viver com uma máscara de gás que alivia sua agonia e garante sua sobrevivência. Libertado da tal prisão pela Liga das Sombras, ele é então treinado por Ra’s Al Ghul como um poderoso mercenário, mas é banido do grupo ao se apaixonar pela filha de seu líder.

Desfecho: É morto por Selina Kyle em O Cavaleiro das Trevas Ressurge.

Porque teatrilidade e ilusão são agentes poderosos, sr. Wayne…

O Traje

Peça da Wayne Enterprises para o exército americano, o traje de sobrevivência oferece resistência a facas e também é à prova de balas (menos um tiro direto, de acordo com Lucius Fox).

A Capa

Desenvolvido pela Wayne Enterprises como “tecido da memória”, é um pano flexível e leve e que assume diversas formas ao ter uma corrente elétrica acionada. Com tal equipamento, Batman consegue usar essa capa para planar longas distâncias.

O Tumbler

Desenvolvido pela Wayne Enterprises como um veículo para auxiliar na construção de pontes, o Tumbler foi transformado pelo Batman em um carro militar. Traz uma armadura resistente e que dificulta a identificação em ambientes noturnos, além de ser completamente à prova de balas. No quesito poder de fogo, temos mísseis e bombas.

Bat-Pod

Módulo de escape do Tumbler – quando este sofre danos catastróficos – a Bat-Pod transforma dois pneus do carro em uma moto veloz e destruidora. Além de trazer um arpão em suas utilidades, tem dois eficientes canhões na dianteira do veículo.

As encarnações da Mulher-Gato no cinema:

Lee Meriwether em Batman – O Homem Morcego

A primeira Mulher-Gato dos cinemas, Lee Meriwether vive a personagem na adaptação da cartunesca série de TV de Adam West. Não assisti ao filme, então não tenho como avaliar a caracterização (mas vale observar que o visual de Anne Hathaway teve ligeira inspiração aqui).

Michelle Pfeffer em Batman – O Retorno

Grande destaque do mediano filme de Tim Burton (faria mais sentido o filme se chamar Catwoman Begins ao invés de Batman – O Retorno), a ladra felina de Michelle Pfeiffer ganha uma origem sobrenatural após ser “ressuscitada” por um bando de gatos. A vilã é armada com chicote, garras e uma apertadíssima roupa de couro.

Halle Berry em Mulher Gato

Em um sofrível derivado que reinventa a personagem, Halle Berry vestiu o traje curto e rasgado da Mulher-Gato, ainda mantendo uma história sobrenatural (dessa vez trazendo… Reencarnações de deuses egípcios felinos) como origem da anti-heroína.

Anne Hathaway em Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Mais pautada à realidade, a versão Anne Hathaway para a ladra felina não apresenta habilidades sobrenaturais, apenas movimentos flexíveis e um apertado traje de couro. Experiente em roubos e tiroteios, ela ainda conta com lâminas no salto de sua bota.

Relembremos os melhores momentos (ou os meus preferidos) dos capítulos anteriores da trilogia:

Abraçando o Medo

Descobrindo a caverna subterrânea que viria a se tornar o quartel do Batman, Bruce Wayne é atacado por um enxame de morcegos e então este tem um momento de epifania. Com belo uso das sombras na fotografia de Wally Pfister, o sujeito abraça o medo e conforta-se com ele, adotando-o como arma.

“Gostaria de ver minha máscara?”

Tendo notado a insistência do mafioso Carmine Falcone em fazer parte de seu plano, o dr. Jonathan Crane é forçado a lhe apresentar seu sinistro alter-ego: o Espantalho.

“Um pouco do seu próprio remédio?”

Após ter sido humilhado em seu primeiro encontro com o Espantalho e seu gás alucinógeno, Batman invade o Asilo Arkham e oferece ao doutor um pouco de seu próprio remédio. Destaque para a montagem agressiva de Lee Smith (que ajuda a tornar o herói pouco perceptível) e a versão demoníaca do Homem-Morcego.

Salvando Rachel

Na estreia do Batmóvel Tumbler, o herói esmaga viaturas e salta de prédios em uma tensa corrida contra o tempo; com sua amada Rachel Dawes envenenada e à beira da insanidade. Ficou bem claro aqui o talento de Nolan para cenas de ação.

“Mas não preciso te salvar”

O clímax de Batman Begins não decepciona em quesitos de pirotecnia, mas o que fica mesmo na memória é a solução encontrada por Batman para não matar seu antigo mestre, Ra’s Al Ghul.

Assalto ao Banco

Em um prólogo empolgante e imprevisível, o diretor Christopher Nolan faz juz aos melhores thrillers policiais de Michael Mann ao mostrar o Coringa e seus comparsas assaltando um banco da Máfia. Além de introduzir de forma impecável seu antagonista, define o tom do filme todo.

“Que tal um truque de mágica?”

Em uma cena antológica, o Coringa demonstra seu senso de humor negro à um grupo de mafiosos.

Perseguição do Carro Forte

Elevando o nível da perseguição de carros de Batman Begins, Nolan e sua equipe criam uma cena de ação incrível, trazendo o Coringa perseguindo Harvey Dent pelas ruas de Gotham e a estreia da bat-pod do herói. Admirável também é o uso de efeitos práticos, como miniaturas, explosões e a capotagem memorável de um caminhão.

“Você me completa!”

O duelo mais perigoso entre Batman e o Coringa, a cena do interrogatório traz um embate psicológico impressionante. Nele, vemos que um não pode existir sem o outro, que são apenas lados diferentes de uma mesma moeda. Atuação monstruosa de Heath Ledger aqui, que mostra fôlego nas risadas maléficas.

“Eu queria inspirar o bem, não a loucura e a morte”

Após a morte de Rachel e o acidente de Harvey Dent, Bruce senta-se à janela e conversa com seu fiel mordomo Alfred. É uma linda cena que retrata a derrota do super-herói e a angústia do personagem, além de trazer uma fotografia triste de Wally Pfister.

“Introduza um pouco de anarquia”

Quando pensamos que o filme acalmaria com a prisão do Coringa, este faz um retorno impressionante ao disfarçar-se de enfermeira e explodir um hospital. Além de ser divertido ver o sujeito brigando com o detonador, o discurso sobre caos e anarquia que corrompe Harvey Dent (agora, Duas-Caras) é fundamental para entender a natureza do personagem.

“Um cavaleiro das trevas”

Um final perfeito para um filme perfeito.

A carreira de Christopher Nolan, além da trilogia do Morcego:

Following (1998)

Com orçamento independente e técnicas de filmagens bem simplórias, o primeiro filme de Nolan é uma interessante (e paranoica) história de um escritor que segue pessoasa fim de buscar inspirações para seus trabalhos. Chama a atenção pela narrativa intrincada (marca típica do cineasta) e a fotografia em preto e branco.

Amnésia (2000)

Um dos filmes mais surpreendentes e complexos já feitos. Famoso pela “narrativa ao contrário”, Amnésia é um thriller inteligente e poderoso, um quebra-cabeças peculiar e complicado. Assistir só uma vez não é o suficiente para entender o roteiro brilhante dos irmãos Nolan. Nem mesmo se for ao contrário.

Insônia (2002)

Remake de um filme de 1997, é um thriller muito engenhoso e inteligente. As performances de Al Pacino e Robin Williams estão espetaculares e o tom atmosférico é bem sombrio, o Alaska apresenta-se como o cenário perfeito para a trama, com um desfecho sensacional.

O Grande Truque (2006)

A cruel e sombria disputa entre dois mágicos… A premissa já é ótima, o filme de fato aproveita-a e toma rumos muito além do imaginável, reviravoltas e alcança um final bizarro e completamente inesperado. Tem ótimas performances de Hugh Jackman e Christian Bale.

A Origem (2010)

Com uma das ideias mais originais dos últimos anos, Nolan alcança a perfeição ao tecer uma trama que apresenta ladrões do subconsciente, que usam de sonhos para roubar e implantar ideias na mente humana. Traz cenas de ação espetaculares e conceitos ambiciosos, além de um final enigmático que fez o mundo todo discutir.

Link para o post original (de Agosto de 2010)

Revisitando a primeira franquia do Batman:

Batman (1989)

Primeiro grande filme do Homem-Morcego para o cinema, traz uma abordagem dark para o personagem após o tom cartunesco do famoso seriado de TV com Adam West. Lidando com uma boa história e personagens carismáticos (nem precisa dizer que o Coringa de Jack Nicholson rouba o filme), o filme peca em sua execução, já que – mesmo tendo um visual gótico lindo – Tim Burton não é a escolha ideal para um longa de super-herói.

Batman – O Retorno (1992)

Ainda que traga uma ótima ambientação (a sombria Gotham City castigada pela neve natalina cai muito bem em dias frios), a segunda investida de Tim Burton na franquia é incostante e descontrolada, trazendo bons personagens mas não oferecendo tempo suficiente para explorá-los a fundo. Nesse cenário, o próprio Batman é esquecido pelos roteiristas e Danny DeVito, como o Pinguim, encarna um dos vilões mais ridículos da História.

Batman Eternamente (1995)

Sai Tim Burton e entra Joel Schumacher, deixando de lado as sombras e transformando o terceiro filme do Batman em uma aventura fantasiosa e infantil. Apesar de trazer alguns bons elementos com os vilões Duas Caras e Charada (e não me refiro às caricatas performances) a história não convence e soa ridícula demais. E Val Kilmer não tem nada a ver com Bruce Wayne…

Batman & Robin (1997)

Se Schumacher já começava a flertar com o ridículo no longa anterior, ele o leva para cama no péssimo Batman & Robin. Trazendo caracterizações ridículas de bons personagens, o filme ainda sofre com elementos babacas (nunca, mas nunca esqueceremos do bat-cartão de crédito) e uma trama risível que poderia muito bem estar num desenho animado de sábado de manhã. Lembrando que o filme também trazia sua versão do Bane.

Com a conclusão da trilogia de Nolan, ficam algumas dicas e sugestões para como o personagem pode gerar novos filmes:

Chega de origem

Com Batman Begins tendo gastado uma enorme quantidade de tempo explicando a origem e as motivações do herói (e fazendo-os de maneira impecável), é irrelevante que um reboot volte novamente para o assassinato dos pais de Bruce Wayne. O Espetacular Homem-Aranha nos mostrou que recontar a mesma história “de forma diferente” não funciona, então que a Warner não cometa o mesmo erro com o Morcego.

O desfecho da trilogia ****HEAVY SPOILERS!****


Joseph Gordon Levitt e a adoção do símbolo

Só pra quem viu O Cavaleiro das Trevas Ressurge hein! No fim do novo filme, o detetive “Robin” John Blake é o herdeiro da batcaverna após Bruce Wayne simular sua morte e fugir para Florença, e tudo indica que este adotará o símbolo de Batman como novo vigilante de Gotham. Eu adoraria ver como a história de Joseph Gordon Levitt iria progredir, e uma boa inspiração caso esse gancho seja de fato seguido é o desenho Batman do Futuro.

Série Arkham


Batman – Arkham City

Juntamente com a trilogia de Christopher Nolan, os jogos da série Arkham foram a melhor coisa a surgir para o personagem em anos. O que chama a atenção aqui é o tom sombrio da série, mas que não se preocupa em ser realista e abraça elementos fantásticos dos quadrinhos em uma trama essencialmente adulta. Fica a sugestão de não necessariamente adaptar o jogo, mas sim adotar sua atmosfera.

Bem, o especial fica por aqui e espero que tenham gostado. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge estreia nos cinemas no dia 27, mas você já pode ler a crítica aqui.

Gostaria de dedicar esta postagem à memória das vítimas do terrível tiroteio em Aurora, de 20 de Julho de 2012.

Diretores: David Fincher

Posted in Diretores with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 24 de novembro de 2010 by Lucas Nascimento

Os filmes da carreira do diretor Christopher Nolan.

Alien³ (1992)

A estreia de Fincher na direção foi marcada por polêmicas e desacordos com o estúdio. O longa continua a saga iniciada por Ridley Scott, apresentando uma trama interessante, mas mal executada e sem muito sentido (os erros de continuidade, terríveis) , fruto de uma produção conturbada. No entanto, possui um visual estimulante e algumas boas ideias.

Seven – Os Sete crimes Capitais (1995)

Perturbador e envolvente, o thriller policial mostrou o talento de Fincher em comandar investigações e criar um denso clima de suspense. A dupla principal, formada por Brad Pitt e Morgan Freeman, tem um carisma e química genuíno e é interessante observar como a relação entre os dois vai crescendo a passo que caçam um perigoso serial killer que mata com inspirações nos sete pecados capitais. Kevin Spacey tem pouco tempo em cena, mas é inesquecível.

Vidas em Jogo (1997)

Trazendo Michael Douglas em uma performance intensa, o filme é um pesado suspense que brinca com o espectador do inicío ao fim. A trama gira em torno de um homem de negócios que tem sua vida infernizada por um misterioso jogo que parece vigiá-lo e tentar matá-lo a todo custo. O tom do filme é tenso e bem executado, mas apresenta um final decepcionante.

Clube da Luta (1999)

Uma obra-prima do cinema. Não só o melhor da carreira de Fincher, mas também um dos meus filmes preferidos de todos os tempos. Brad Pitt e Edward Norton arrasam em seus papeis e fazem um jogo psicológico-anárquico impressionante ao ilustrar a crise existencialista de um estranho, que inicia uma espécie de clube onde homens reúnem-se para trocar porradas e “viver a vida”.

Quarto do Pânico (2002)

Basicamente, um bom exercício visual para Fincher. Aprimorou técnicas de direção, alcançando resultados mais dinâmicos, mas não supreendeu muito no roteiro que, com a excelente premissa de trazer uma mãe e filha presas em um quarto de segurança enquanto ladrões vasculham seu lar, mostra-se inverossímil em alguns momentos. Jodie Foster segura o filme da melhor maneira possível.

Zodíaco (2007)

Mostrando mais uma vez sua especial habilidade em thrillers de serial killers, Fincher acerta na investigação real do Zodíaco; um notório assassino que nunca foi preso ou localizado. Fotografia sombria, atuações eficientes do elenco (com destaque para Mark Rufallo e Robert Downey Jr.) e um clima tenso e amedrontador de que o culpado pode estar em qualquer lugar.

O Curioso Caso de Benjamin Button (2008)

Com grande influência de Forrest Gump (o roteiro é de Eric Roth, o mesmo do filme com Tom Hanks) o conto fantasioso sobre um homem que nasce de trás para frente é o trabalho mais fantasioso do cineasta. De qualquer forma, permanece uma bela obra, visualmente deslumbrante e mostra que Brad Pitt sempre se sai melhor com David Fincher (com exceção de Queime depois de Ler, que eu considero seu melhor papel).

A Rede Social (2010)

Ao contar a história da fundação da maior rede social do planeta, o Facebook, Fincher contou com um roteiro magistral assinado por Aaron Sorkin e um elenco arrasador que vai do ótimo Jesse Eisenberg até a descoberta de Justin Timberlake como ator. Dominado por diálogos, diálogos e mais diálogos, o longa ganha ritmo graças à direção firme do diretor e a assombrosa trilha sonora vinda de Trent Reznor e Atticus Ross.

Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2011)

Adaptando com maestria o primeiro capítulo da trilogia literária de Stieg Larsson, David Fincher reúne aqui muitas características de seus trabalhos anteriores em uma sombria trama que traz serial killers, estupradores e empresários corruptos como antagonistas. Ainda que o visual e a montagem do filme sejam impecáveis, o destaque fica mesmo para a inebriante performance de Rooney Mara como Lisbeth Salander.

E o Oscar vai para…(Parte I) Atuações

Posted in Especiais, Prêmios with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on 25 de fevereiro de 2010 by Lucas Nascimento

O Oscar já está chegando… Já fez suas apostas? Não? Bem, estou fazendo um especial gigante aqui no blog, onde avaliarei todas as categorias do Oscar, dando palpites e comentários. Na primeira parte, vamos falar sobre as atuações. Vamos lá:

Melhor Ator

Jeff Bridges (Coração Louco)

  Não tem outra. Esse ano, Jeff Bridges leva a estatueta com certeza. Já levou o Globo de Ouro, SAG e é o favorito. Coração Louco ainda não foi lançado no Brasil, então não tenho como formular minha opinião se ele merece ou não. Mas pelo que eu tenho visto em trailers e clipes, acho que é merecido.

 

Indicações ao Oscar3 Indicações por Starman – O Homem das estrelas, A Conspiração e Coração Louco; 2 Indicações por A Última sessão de Cinema O Último Golpe como Ator Coadjuvante. 

Morgan Freeman (Invictus)

 Morgan Freeman é meu ator preferido. Quando eu soube que ele interpretaria Nelson Mandela em um filme de Clint Eastwood, na hora eu falei pra eu mesmo: Ele leva o Oscar. Assisti ao filme e achei Freeman excelente como sempre, apesar de não nos dar a melhor interpretação de sua carreira, como eu esperava, mas capturou com perfeição o jeito e a persona de Nelson Mandela.

Indicações ao Oscar: 1 Vitória por Menina de Ouro como Ator Coadjuvante; 3 indicações por Dirigindo Miss Daisy, Um Sonho de Liberdade e Invictus como Ator e 1 indicação por Street Smart.

 George Clooney (Amor sem Escalas)

  George Clooney é um excelente ator. O papel principal de Amor sem Escalas casou perfeitamente com seu jeitão charmoso. Clooney vai mudando a persona de acordo com seu personagem e é uma mudança inteligente, um amadurecimento. Até que ele merecia levar seu primeiro Oscar de Ator protagonista, mas a concorrência está forte.

 

Indicações ao Oscar: 1 Vitória por Syriana – A Indústria do petróleo como Ator Coadjuvante; 2 Indicações por Conduta de Risco e Amor sem Escalas como Ator; 1 Indicação por Boa Noite e Boa Sorte como Diretor e Roteirista.

Colin Firth (Direito de Amar)

Colin Firth é, na minha opinião, um ator razoavelmente bom. Fez muitas comédias românticas medianas, que eu geralmente passo longe. Entretanto, vi o trailer e alguns clipes de A Single Man e reconheço que Firth está excelente no papel. Sério, mas com um tom meio irônico, meio insano. Se não houvesse o favoritismo para Jeff Bridges, ele teria grandes chances.

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Direito de Amar como Ator.

Jeremy Renner (Guerra ao Terror)

Jeremy Renner é um ator americano pouco conhecido, mas que mostrou muita garra e emoção no papel principal de Guerra ao Terror. Interpreta um soldado que desarma bombas e adora o que faz, deixando de lado o trabalho em equipe. Mas o personagem muda durante o filme, e Renner não decepciona.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Guerra ao Terror como Ator.

Melhor Atriz

Sandra Bullock (Um Sonho Possível)

  Eu nunca achei que um dia Sandra Bullock chegaria até aqui. Eu sempre gostei dela nas comédias, e acho que poucas pessoas não aprovam a indicação e favoritismo da atriz ao Oscar. Pelos trailers e clipes, Bullock não está lá grande coisa, mas pra avaliar uma atuação, é preciso ver o filme inteiro. Aposto nela por ter levado o Globo de Ouro e o SAG.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Um Sonho Possível como Atriz.

Meryl Streep (Julie & Julia)

 Meryl Streep é, incontestavelmente, uma das melhores atrizes do cinema. Quase todo ano ela está lá, recebendo uma indicação. Pelos trailers de Julie & Julia, pude reparar no conforto da atriz em retratar uma das mais importantes cozinheiras americanas. Elá está maravilhosa e fenomenal, como sempre. Se Bullock não ganhar, Streep pode garantir seu terceiro Oscar.

Indicações ao Oscar: 1 Vitória e 11 Indicações por A Escolha de Sofia, A Mulher do Tenente Francês, Silkwood – O Retrato de uma coragem, Entre dois amores, Ironweed, Um grito no Escuro, Lembranças de Hollywood, As pontes de Madison, Um amor verdadeiro, Música do Coração, O Diabo veste Prada, Dúvida e Julie & Julia como Atriz e 1 Vitória e 2 Indicações por Kramer vs. Kramer, Adaptação e O Franco-Atirador como Atriz Coadjuvante.

Helen Mirren (The Last Station)

 Excelente atriz. É o que tenho a dizer sobre Helen Mirren, ela é uma das melhores atrizes na ativa e sua vitória por A Rainha é mais que merecida. Sua performance em The Last Station é comovente, mas esse ano ela perdeu um pouco de destaque perto das concorrentes.

 

Indicações ao Oscar: 1 Vitória e 1 indicação por A Rainha e The Last Station como Atriz e 2 Indicações por As Loucuras do Rei George e Assassinato em Gosford Park.

Carey Mulligan (Educação)

 A inglesa pouco conhecida é, de longe, o que torna o filme Educação assístivel. Sua performance como a estudante de 16 anos que se envolve com um homem mais velho é memorável. É interessante observar sua mudança de personalidade, estilo e suas cenas dramáticas são excelentes. É uma indicação mais que merecida.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Educação como Atriz.

Gabourey Sidibe (Preciosa – Uma História de Esperança)

Nunca tinha ouvido falar de Gabourey Sidibe antes de ela estrelar Preciosa, mas devo dizer que sua performance é espetacular. Seu papel é bem trágico  o que rende cenas muito fortes e emocionantes da atriz. Sempre com um jeito depressivo e delicado, Gabourey possui cenas muito tensas com a atriz Mo’Nique, o grande trunfo do filme.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Preciosa como Atriz.

Melhor Ator Coadjuvante

Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)

 O austríaco Christoph Waltz que interpreta o impiedoso Col. Hans Landa na saga de Segunda Guerra Mundial, é uma das únicas certezas do ano. O oscar está praticamente em suas mãos, têm recebido muitos elogios e, devo dizer, extremamente merecidos. Waltz deu vida a um dos melhores vilões do cinema recente, frases memoráveis… Têm tudo para ficar na história. That’s a Bingo!

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Bastardos Inglórios como Ator Coadjuvante.

Woody Harelson (O Mensageiro)

 Woody Harelson é um ator que eu aprecio muito. Ele se sai muito bem nos dramas, mas ele tem um tom muito irônico, ele serve perfeitamente para comédias, e nelas, ele se solta de uma maneira que você nem o reconhece como ator dramático. Sobre O Mensageiro, Harelson está muito bem nos trailers e clipes.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por O Povo contra Larry Flint como Ator e 1 Indicação por O Mensageiro como Ator Coadjuvante. 

Matt Damon (Invictus)

Matt Damon recentemente é um cara de ação, devido a trilogia Bourne, mas ele sabe se apegar ao lado dramático uma ou duas vezes. Em Invictus, ele interpreta um jogador sul-africano e, devo dizer, me supreendi com sua performance, de longe a melhor de sua carreira. Mas esse não é o ano do sr. Damon, que tem poucas chances contra Christoph Waltz. 

Indicações ao Oscar: 1 Vitória e 1 Indicação por Gênio Indomável como Co-roteirista e Ator.

Stanley Tucci (Um olhar no Paraíso)

Stanley Tucci é um ator que eu respeito muito. Gosto muito como ele varia seus papéis, que vão de um chefe estressado de aeroporto até editor de uma revista de moda. No novo filme de Peter Jackson, o ator ficou com um papel complicado: o vizinho que estupra e mata uma garota de 14 anos. Papel bem misterioso e, pelo que diz a crítica lá fora, Tucci desaparece no papel.

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Um Olhar do Paraíso como Ator Coadjuvante.

Christopher Plummer (The Last Station)

Confesso que não sou muito familiarizado com o trabalho de Christopher Plummer, lembrando-o apenas por papéis mais coadjuvantes, como sua dublagem em Up – Altas aventuras. Junto com Helen Mirren, os dois fazem a força e a diferença em The Last Station.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por The Last Station como Ator.

Melhor Atriz Coadjuvante

Mo´Nique (Preciosa – Uma História de Esperança)

A favorita da categoria, já é certeza que leva a estatueta. Ganhou o Globo de Ouro, SAG, Oscar garantido. Pelo que eu sei, Mo’Nique era uma atriz cômica, mas em sua performance como a mãe de Precious, não há nenhum traço cômico. É uma atuação forte, poderosa e extremamente tensa. É difícil descrever com palavras.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Preciosa – Uma História de Esperança como Atriz Coadjuvante. 

Anna Kendrick (Amor sem Escalas)

Ela estava lá na Saga crepúsculo recentemente, mas sua presença passou quase que despercebida. Anna Kendrick é a novata que mais me impressionou no complexo Amor sem Escalas. Ela está maravilhosa e bem confortável no papel, séria e transmitindo com perfeição suas emoções. Simplesmente excelente, se continuar assim, tem um futuro promissor.

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Amor sem Escalas como Atriz Coadjuvante.

Vera Farmiga (Amor sem Escalas)

Vera Farmiga e Anna Kendrick parecem competir para ver quem é melhor em Amor sem Escalas. Ambas estão excelentes, mas Kendrick ganha a disputa. Entretanto, Vera Farmiga não faz feio e dá uma excelente atuação cheia de emoção e talento. Mas é ofuscada pela ótima Anna Kendrick.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Amor sem Escalas como Atriz Coadjuvante.

Maggie Gylenhaal (Coração Louco)

Devo admitir que nunca achei Maggie Gylenhaal grande coisa, e fiquei mais que surpreso quando vi que ela havia recebido uma indicação por Coração Louco. Não dá pra ter uma opinião formada apenas por suas cenas no trailer, que ao todo devem dar uns 15 segundos. Mas ela me parece razoável. Nada mais, nada menos.

 

Indicações ao Oscar: 1 Indicação por Coração Louco como Atriz Coadjuvante.

Penélope Cruz (Nine)

Saiu do último Oscar com a estatueta nas mãos por Vicky Cristina Barcelona e aqui está ela novamente sendo indicada. Eu acho Penélope uma excelente atriz, todos os seus papéis são bem interpretados e tem um charme pessoal. No filme Nine, ela parece ter ficado com o papel mais cômico, soltando a voz em palcos. Pelo trailer ela está Ok.

Indicações ao Oscar: 1 Vitória e 1 indicação por Vicky Cristina Barcelona e Nine como Atriz Coadjuvante e 1 Indicação por Volver como Atriz.

Bem, a primeira parte encerra-se aqui. Deixe comentários e volte amanhã para a segunda parte. Até lá.

| Invictus | Bom drama que se mantém firme pelas atuações

Posted in Cinema, Críticas de 2010, Drama, Indicados ao Oscar with tags , , , on 29 de janeiro de 2010 by Lucas Nascimento


Morgan Freeman como Nelson Mandela e Matt Damon como François são o trunfo do filme.

Invictus é um filme meio complicado de se avaliar. Clint Eastwood fez um bom trabalho retratando a influência de Nelson Mandela na Copa do Mundo de rúgbi, mas o longa perde-se em muitos momentos. Além de elementos descartáveis, como o uso desnecessário de tanto slow motion e a longa metragem de duas horas, o filme é arrastado e cansativo em alguns momentos. Entretanto, Morgan Freeman e Matt Damon são os grandes trunfos do filme e seus talentos são muito bem aproveitados.

Na trama, Nelson Mandela quer unir brancos e negros novamente após o apartheid, e ele encontra a solução com a chegada da Copa do Mundo de rúgbi na África do Sul e no capitão do time, que se encontra em uma das piores fases.

O filme é competente. Esperava muito mais, principalmente de Clint Eastwood, um dos melhores diretores da atualidade. Recriou com capricho a atmosfera da época, cenários e pequenos detalhes, mas o filme cai na mesmice. Temos o drama envolvendo o péssimo desempenho do time de rúgbi, o treinamento duro, a tensão do jogo final e o resto você já sabe. Mas ele possui momentos realmente emocionantes, como quando os guardas-costas de etnias diferentes se reconciliam e o clímax satisfatório.

As atuações são, de longe, o grande atrativo do filme. Morgan Freeman não nos apresenta a melhor atuação de sua carreira, como eu esperava quando soube que interpretaria Mandela, mas ainda sim está excelente, conseguindo capturar a persona do ex-presidente. Agora Matt Damon me supreendeu. Sempre o achei competente, mas no papel do capitão do time, nos presenteia com a melhor atuação de sua carreira, sempre sério e concentrado. Os dois provavelmente terão, merecidas, indicações ao Oscar por seus papéis.

Resumindo, Invictus é um trabalho competente, esteticamente caprichado, possui um elenco excelente, roteiro bem escrito, mas deixa-se cair na mesmice, ficando arrastado e cansativo em alguns momentos. A união das forças de Morgan Freeman e Clint Eastwood merecia algo melhor e muito mais grandioso.